O Employee Experience chegou para transformar a maneira como o empregador se relaciona com os colaboradores. Entenda como isso funciona.
Sempre ouvimos falar na famosa Experiência do Consumidor, ou Customer Experience, que move as empresas que trabalham com vendas. Inclusive, não é raro encontrar nessas organizações, um setor específico para garantir o sucesso do cliente e o melhor atendimento possível.
No entanto, as empresas se esquecem de outra experiência que deve ser igualmente prioritária: a Experiência do Colaborador, ou Employee Experience, no termo original. Esse conceito abrange ações utilizadas pela empresa para garantir o bem-estar das equipes, mantendo-as motivadas e produtivas, uma vez que o colaborador é um cliente interno.
Assim, trata-se de uma estratégia de gestão de pessoas que visa fortalecer o elo entre a marca e seus funcionários. Com a valorização do colaborador, ele se sente mais acolhido e isso gera uma conquista de bons resultados, como a retenção e a atração de talentos.
Segundo o relatório LinkedIn Global Talent Trends 2020, o conceito de Employee Experience é, sem dúvida, uma das tendências mais importantes para o futuro do RH estratégico. A pesquisa apontou que 96% dos profissionais afirmam que o Employee Experience está se tornando mais relevante.
No entanto, apenas 52% dos colaboradores entrevistados, dizem que sua empresa consegue oferecer uma experiência positiva no trabalho e um bom clima organizacional.
Além disso, segundo estudo realizado em 2020 pela Qualtrics, que entrevistou 13.551 colaboradores ao redor do mundo, apenas 53% está engajado no seu trabalho com a empresa.
Mas por que estes dados são tão importantes? Como a Experiência do Colaborador influencia na sua motivação e engajamento das equipes, e como isso impacta nos resultados financeiros e estratégicos da empresa?
Continue lendo e conheça mais sobre o Employee Experience, suas vantagens e como implementá-lo na sua organização.
O que é Employee Experience?
Antes de falar diretamente sobre o Employee Experience, o tema merece uma atenção para o conceito de capital humano. Trata-se de um conjunto de conhecimentos, competências e habilidades que compõem a personalidade de um colaborador na realização da sua função, conhecidas como Soft Skills.
São essas qualidades que caracterizam o trabalho de uma pessoa e que geram resultado econômico para a empresa, ou seja, são o bem mais valioso que qualquer empresa poderia ter. Afinal de contas, o seu sucesso é reflexo da soma de esforços nas atividades exercidas por cada profissional, independentemente do setor ou cargo que ocupa.
Recentemente, a Deloitte divulgou as “Tendências Globais de Capital Humano 2020”, que entrevistou cerca de nove mil líderes de negócios e RH em 119 países. A pesquisa destacou o tema da “empresa social em ação: o paradoxo como um caminho a seguir”, que apontou a humanização das corporações como um dos pontos mais importantes a serem seguidos pela gestão das empresas.
Valorização do capital humano por meio do Employee Experience
A partir disso, podemos introduzir o conceito de Employee Experience, que na tradução para o português significa “experiência do colaborador”. Trata-se da preocupação da empresa em valorizar o capital humano, de modo a garantir a qualidade de vida (e do trabalho) dos colaboradores.
Essa metodologia coloca o colaborador como centro e faz com que a companhia invista todas as suas energias em promover equipes de alta performance.
Assim, o Employee Experience desenvolve uma série de estratégias que melhoram a rotina dos colaboradores, com uma liderança motivadora, um ambiente organizacional agradável, um plano de carreira, recompensas e benefícios, entre outros.
A experiência dos profissionais pode ser melhorada de várias maneiras e, a forma como isso será feito depende diretamente do perfil dos seus colaboradores e dos recursos disponíveis. Desse modo, alguns pontos de contato e marcos importantes na relação entre colaborador e empresa são:
- Processo seletivo;
- Contratação;
- Onboarding (processo de integração);
- Treinamento e desenvolvimento;
- Crescimento (promoções e avanços na carreira);
- Outplacement (processo de demissão e recolocação).
Porém, não existem padrões de sucesso, apenas boas práticas que podem ser replicadas e devem ser mensuradas por meio de pesquisas internas de satisfação, com o objetivo de melhorar a experiência dos colaboradores.
Por que o Employee Experience é importante e quais as vantagens dessa estratégia?
“Em um mundo onde o dinheiro não é mais o principal fator motivacional dos colaboradores, o foco na Experiência do Colaborador é a vantagem competitiva mais promissora que as organizações podem criar” – Jacob Morgan, autor de The Employee Experience Advantage.
Nunca falamos tanto sobre qualidade de vida, saúde mental, burnout e valorização do trabalho como nos dias atuais. Assim, essas pautas já se tornaram comuns de serem discutidas e, inclusive, têm colaborado para formar profissionais cada vez mais exigentes com o ambiente de trabalho – e com razão.
Desse modo, uma estratégia de Employee Experience que começa desde a contratação do colaborador, garante uma experiência profissional completa ao trabalhador e à empresa. Conheça algumas vantagens:
- Proporciona vivências significativas no ambiente de trabalho;
- Oferece um suporte diferenciado por parte dos líderes, focado no desenvolvimento de cada colaborador;
- Líderes presentes e inspiradores, que engajam os profissionais que trabalham com eles;
- Estabelece um ambiente inclusivo, que abraça a diversidade e encoraja os colaboradores a se desafiarem continuamente;
- Proporciona um relacionamento sólido, transparente e duradouro com todo o quadro de funcionários.
Mas não apenas isso: quando idealizada estrategicamente, a sua implementação também confere um valor agregado maior não só para a retenção de talentos, mas também para a atração deles. Isso porque o Employee Experience ajuda a reforçar uma imagem positiva da empresa no mercado e fortalecer a marca empregadora, despertando o interesse de profissionais que buscam essa valorização.
Além disso, em adição a este contexto mais subjetivo, estudos demonstram que funcionários felizes elevam sua produtividade em até 31%, suas tarefas ficam até 19% mais precisas, as vendas podem aumentar até 37% e a taxa de turnover cai em 40%.
Employee Experience e a Jornada do Colaborador
Como vimos, a experiência do colaborador precisa ser positiva em todos os pontos do seu contato com a empresa. Dessa forma, essa experiência é analisada em toda a jornada do colaborador.
Assim como falamos a respeito da jornada do cliente, que refere-se a todas as etapas que ele passa dentro do funil de vendas, com os profissionais de uma empresa isso não é diferente.
A jornada do colaborador é uma estratégia definida para a gestão eficiente de pessoas, oferecendo benefícios aos profissionais e às organizações. Seu principal objetivo é aumentar o engajamento dos profissionais, através de melhorias no ambiente organizacional, adequação da identidade da marca, mudanças de cultura, entre outros.
Essa jornada, pode ser definida em algumas etapas principais, que refletem o propósito da empresa e fortalecem o Employer Branding:
- Atração de talentos;
- Contratação;
- Onboarding;
- Engajamento;
- Treinamento;
- Performance;
- Crescimento.
Dessa forma, o Employee Experience é avaliado verificando todos esses pontos da jornada do colaborador dentro da empresa, desde a sua atração e até mesmo após o seu desligamento.
Como implantar o Employee Experience nas empresas
O autor Jacob Morgan, referência em Employee Experience, define que o objetivo dessa metodologia deve ser de criar um ambiente onde os funcionários queiram aparecer para trabalhar, e que não o façam apenas porque precisam. Para isso, a estratégia deve estar focada em alguns fatores, como apresentaremos a seguir.
Conheça os seus colaboradores
Por mais que os colaboradores convivam no mesmo espaço, cada um possui uma visão particular a respeito das atividades, da cultura organizacional, dos processos internos e das decisões do negócio.
Desse modo, o primeiro passo do Employee Experience é reconhecer essas diferenças e determinar de que maneira a perspectiva de cada um influencia no desempenho do grupo. Como resultado, os colaboradores percebem a dedicação e o interesse dos líderes em criarem um ambiente com diversidade e focado no desenvolvimento das pessoas.
Garanta um bom ambiente físico para o trabalho
Um elemento crucial para promover a satisfação do colaborador é oferecer uma estrutura propícia para a execução de suas funções, seja no escritório da empresa ou até mesmo nos casos de trabalho remoto e home office.
Isso inclui garantir uma conexão estável com a internet, disponibilizar computadores funcionais, mesas espaçosas, banheiros, equipamentos de segurança, entre outros. Afinal, não é possível entregar bons resultados sem ter as ferramentas necessárias para isso.
Depois que essa parte for providenciada, é importante também pensar no conforto e bem-estar, fazendo com que o colaborador goste do ambiente de trabalho. Itens como Ar condicionado, cozinha bem equipada, cadeiras confortáveis e salas de descanso, são algumas opções de comodidades.
Isso porque, mesmo que os funcionários tenham acesso a tecnologias avançadas e materiais de qualidade, sem um espaço acolhedor que possibilite espairecer quando necessário, o trabalho pode ficar maçante e exaustivo mais facilmente.
Ofereça e solicite feedbacks
Implementar pesquisas de satisfação com os colaboradores, promover feedbacks entre os membros da equipe e ter uma comunicação interna aberta e transparente com o funcionário, garante que ele possa usar a sua voz para melhorar os processos e a produtividade da empresa.
E, nada melhor que um colaborador que sabe que está sendo ouvido e tem suas ideias levadas em consideração, não é mesmo? Por isso, aposte em uma comunicação bidirecional, que promova uma troca igualitária, em que empresa e colaboradores possuam voz ativa e poder de escolha.
Muitas vezes, esse é o diferencial que faltava para agregar uma equipe muito mais colaborativa, unida e consolidada por muito tempo, sem enxergar a necessidade de pular de cargo em cargo em outras empresas.
Promova um ambiente de trabalho de crescimento e valorização
Engana-se quem pensa que o salário é o maior atrativo para uma ocupação. Hoje, vários trabalhadores buscam empresas que valorizem o capital humano e ofereçam oportunidades de desenvolvimento profissional. Por isso, muitos profissionais preferem trocar de empresa, mesmo que a remuneração inicial seja inferior.
Sendo assim, é interessante criar um plano de carreira, firmar convênios com instituições de ensino e investir em estratégias para o aperfeiçoamento do profissional. Dessa forma, os colaboradores vão desenvolver suas habilidades técnicas (hard skills), aumentar as responsabilidades na empresa e, consequentemente, contribuir de maneira efetiva para que a organização tenha resultados positivos.
Na prática: exemplos de Employee Experience inspiradoras – Airbnb
O Airbnb é uma plataforma comunitária onde as pessoas podem anunciar, descobrir e reservar acomodações e meios de hospedagem. Quando surgiu, a empresa já estruturou seu time a partir de um setor específico para o Employee Experience, combinando as funções tradicionais de RH com comunicação, marketing, responsabilidade social e facilities.
O objetivo da empresa sempre foi criar experiências memoráveis para os colaboradores no ambiente de trabalho. Essa vivência positiva começa no recrutamento dos melhores talentos, e passa pelo fornecimento de tecnologias adequadas, espaço físico seguro e confortável e até mesmo uma alimentação balanceada.
Porém, o grande diferencial da empresa no setor de Experiência do Colaborador é o oferecimento de um crédito anual para cada funcionário viajar para onde quiser.
Além de proporcionar lazer, essa ação permite que os colaboradores passem pelas mesmas experiências que os clientes — e isso faz com que eles entendam melhor o seu trabalho e tragam novos insights para a atividade. Além disso, a empresa incentiva os funcionários a também se tornarem anfitriões.
Essas e outras estratégias para garantir uma boa Experiência do Colaborador, foram muito bem-sucedidas e aceitas. Em 2016, o Airbnb ficou em primeiro lugar no ranking “Best Place to Work”, promovido pela Glassdoor nos Estados Unidos.
Além do Airbnb, outro case famoso de Employee Experience positivo é o Nubank, que se preocupa em criar um ambiente que as pessoas sejam livres para serem exatamente quem são.
Em entrevista para a Glassdoor, a empresa afirmou que a forma como a cultura é protegida e nutrida, estimula os colaboradores, chamados de “Nubankers”, a viverem diariamente os valores da organização.
Employee Experience x Employee Advocacy: ideias inovadoras que andam lado a lado
Empresas que são capazes de despertar nos colaboradores o desejo de darem o melhor de si, criam uma relação de colaboração, com objetivos alinhados que proporcionarão uma experiência rica e voltada ao crescimento pessoal, profissional e corporativo.
E o resultado? Colaboradores altamente motivados que podem se tornar vetores de divulgação da empresa. Ou seja, a partir do Employee Experience surge um novo conceito: o Employee Advocacy, que nada mais é do que funcionários tão engajados que se tornam grandes defensores da marca, que “vestem a camisa” da empresa e têm orgulho de trabalhar nela.
Dessa forma, a empresa consegue transformar seus colaboradores em um poderoso canal de Marketing, motivando-os a espalhar a mensagem da sua empresa através das suas redes de contatos pessoais, fazendo o conhecido marketing boca a boca.
A plataforma da Comunitive, por exemplo, envolve um sistema estruturado para incentivar e mensurar as atividades de defesa da marca utilizando a gamificação.
Através da criação de desafios, você incentiva seus colaboradores satisfeitos a realizarem ações em prol da marca de acordo com os objetivos da sua empresa. Esses desafios geram pontos, que podem ser trocados por recompensas e classificam os embaixadores em um ranking competitivo.
Se você tem o objetivo de atrair, integrar, engajar e mobilizar talentos para que eles se tornem promotores da sua empresa, confira nosso Webinar: